terça-feira, 17 de novembro de 2009

Origem da Animação Sociocultural


O aparecimento da animação sócio-cultural (ASC) esteve directamente relacionado com a Revolução Industrial e com todas as transformações e mudanças que daí resultaram:

- Desertificação dos Meios Rurais;
- Desenvolvimento Urbano;
- Desenvolvimento Tecnológico e Informático;
- Desenvolvimento Industrial;
- Aumento do Tempo Livre.

As pessoas saíram do campo para a cidade para trabalharem nas fábricas, o que deu origem ao crescimento da população urbana e à desertificação rural provocando grandes alterações no sistema social e familiar.

A aglomeração urbana, por proporcionar fenómenos de massificação, anonimato e homogeneização, resulta consequentemente, em situações de desenraizamento e inadaptação ou mesmo perda, em muitos casos, da própria identidade cultural.

Assim como a sociedade, a ciência evolui no sentido do desenvolvimento tecnológico e informático despoletando a necessidade de uma educação permanente para constante actualização de conhecimentos ao longo da vida.

Os avanços tecnológicos e a modernização industrial permitiram a diminuição do tempo de trabalho e consequentemente o aumento do tempo livre.

O incremento do tempo livre foi uma conquista da revolução industrial através do reconhecimento da sua importância e da sua inscrição enquanto direito do ser humano, e está directamente ligada à ASC.

Neste contexto sociocultural pluri e multiforme, onde imperam a inadaptação social, a incomunicação e a solidão, a falta de solidariedade e de participação social e o individualismo, “a mudança sociocultural tem interesse pragmático e pedagógico.” (Freedman, 1978)

Acima de tudo, a rapidez com que se deram essas transformações e mudanças dificultaram a adaptação da sociedade às novas exigências, realidades e problemas, criando as condições necessárias para o aparecimento e implementação da ASC.

“(…) a ASC nasce como uma forma de produção de actividades destinadas a ocupar criativamente o tempo livre, a atenuar o desenraizamento que produzem os grandes centros urbanos, evitar que se afunde ainda mais a fenda ou fossa cultural existente entre diferentes sectores sociais, desbloquear a comunicação social mediante a criação de âmbitos de encontro que facilitem as relações interpessoais, a estimular as atitudes favoráveis a assumir a educação permanente como necessidade de toda a pessoa e a estimular a realização de actividades que desenvolvem a expressão, a iniciativa, a participação e a criação pessoal.”
(Ander-Egg, 1994)

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